Ainda há duvidas se a obesidade é risco para gravidade na Covid19. Leia mais sobre Covid 19 aqui.
Um artigo publicado no jornal JAMA dia 3 junho com análise de 50 crianças com covid -19 que necessitaram de internação em um hospital em Nova York demonstrou que a obesidade foi o fator de risco mais significativamente associado à severidade da infecção. Essa correlação ocorreu devido à maior necessidade de ventilação mecânica nos pacientes obesos: 22% das crianças apresentavam obesidade e 16% sobrepeso.
Com o confinamento, tanto adultos como crianças apresentam modificação do estilo de vida, o que pode gerar complicações a curto, médio e longo prazo.
Qual a indicação de exercício pela OMS?
A recomendação de atividade física na infãncia de acordo com a OMS varia conforme a idade. Em crianças em idade pré-escolar (de 3 a 4 anos) devemos ter pelo menos 180 minutos de atividade física por semana, participem de não mais de 1 hora de tempo de tela sedentária e tenham 10 a 13 h de sono de boa qualidade por dia.
Para crianças e adolescentes em idade escolar (5 a 17 anos), as recomendações são de pelo menos 60 minutos de atividade física de intensidade moderada a vigorosa, envolver-se em não mais de duas horas de tela de recreação sedentária e ter 9 a 11 horas de sono de boa qualidade todos os dias. ( fonte OMS)
No dia a dia as crianças acabam por ” cumprir” essa metas naturalmente, como por exemplo, no deslocamento até a escola, em atividades durante os intervalos, nas aulas de educação física, em atividades ao ar livre, como em parques.
Isolamento social
O isolamento social privou as crianças destes momentos, desencadeando um padrão progressivamente mais sedentário e aumento no tempo de tela. Em análise de relatórios de mobilidade comunitário em 150 países, foi relatado, por exemplo, que os canadenses de 15 a 49 anos apresentaram um aumento de 66% no tempo assistindo TV e 35% no tempo gasto jogando videogame entre 29 de março e 3 de abril de 2020.
As consequências dessa mudança de padrão do estilo de vida tem repercussões em diversas áreas da saúde de nossas crianças : piora qualidade do sono, aumento do risco de sobrepeso e obesidade ( com todas suas consequências inerentes à própria condição) além impacto na saúde mental.
Tenho muito receio de que esse momento transitório de menor mobilidade se torne um novo padrão. O impacto pode ser gigantesco, muito maior do que a própria pandemia. Entendo que existem dificuldades muito particulares em cada família pois todos estamos sobrecarregados, cada um à sua maneira. Homeschooling, home office, cuidados com a casa…. Todas essas obrigações podem fazer parecer com que realizar atividade física não seja uma prioridade.
Previna a Obesidade!
Recomendo:
- Estabeleça uma rotina: assim como existe uma rotina para os deveres escolares, uma rotina de atividade física deve ser instituída. O uso de recurso eletrônico pode ser um aliado para aumentar a adesão;
- Mecha-se: realize sempre pequenas pausas após períodos mais prolongados de atividades paradas, com 1 minuto de alongamento, por exemplo ou dançar uma música;
- Alimente-se: tenha à disposição alimentos saudáveis;
- Bom senso: se questione e questione seus filhos sobre o consumo excessivo e fora de hora de guloseimas … vou comer porque estou com tédio ? fome ? vontade de comer ?
- Evite consumo de alimentos gordurosos e açucarados à noite, pois a atividade neste período é ainda menor e também por interferir no sono.
E não se esqueça de estar aberto à escuta ativa, ou seja, realmente disponível a ouvir seu filho. Observe sinais de ansiedade, tristeza excessiva. Demonstre empatia e compaixão. Afinal, estamos todos no mesmo barco.
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Seu blog é um sucesso, muito completo. Ahhh quando a paixão está lá, tudo é 🙂 Edithe Iosep Marelda